Peças automotivas impressas em 3D: o que esperar dessa tecnologia?

As peças automotivas impressas em 3D são o melhor retrato de que indústria automobilística e inovação andam sempre juntas.
A chamada “manufatura aditiva” está em constante desenvolvimento e promete transformar a eficiência, o custo e a sustentabilidade da cadeia produtiva de veículos.
Atualmente, um carro possui 30 mil componentes em média, muitos produzidos com diferentes métodos. Toda a fabricação segue os critérios de durabilidade, custo, segurança e reparabilidade. Abaixo, conheça melhor os benefícios prometidos:
Benefícios das peças automotivas impressas em 3D
Entre as maiores vantagens está a redução de custos e de perda material, diminuição no peso das peças, possibilidade de personalização e otimização do tempo de fabricação.
Menos perdas e mais economia
Durante a impressão 3D, é usado somente o material necessário para a impressão: qualquer resquício fica para a utilização no projeto seguinte. Esse processo garante menos custos e mais sustentabilidade ao todo.
Para se ter uma ideia melhor da economia, a Volkswagen Autoeuropa (joint venture entre Ford e Volkswagen) passou a usar impressão 3D para a fabricação de ferramentas e outras peças.
Em 2016, no primeiro ano da implementação, foram economizados 150 mil euros. A empresa conseguiu 100% de retorno sobre investimento em dois meses e passou a produzir 93% de todas as ferramentas anteriormente terceirizadas.
Redução de peso
A impressão 3D de peças automotivas também garante produtos mais leves. Quando um automóvel tem menos peso, consome menos combustível, o que também impacta a sustentabilidade e os custos envolvidos em seu uso.
Uma das linhas de suporte para janelas da Volkswagen, por exemplo, passou a ser impressa em 3D ao invés de fabricado usualmente. Agora, seu peso é 74% menor do que era.
Peças personalizadas
Veículos fabricados em massa com detalhes customizados se tornam possíveis graças à impressão 3D. A série MINI da BMW é um ótimo exemplo.
O serviço chamado “Mini Yours Customized” funciona como um e-commerce, onde o consumidor indica que alterações personalizadas quer no design do veículo. Partes como a maçaneta ou placa lateral são, então, impressas.
Fácil reposição
Muitas vezes é difícil encontrar peças para substituir itens danificados em certos carros, especialmente modelos antigos.
Com a digitalização, modelagem e impressão 3D, é possível produzir qualquer peça rara, o que diminuiria os custos para o consumidor final.
A Porsche Classic, área responsável pelos modelos clássicos da Porsche, já usa peças automotivas impressas em 3D para reposição em veículos raros. A impressão usa tecnologia SLM e componentes de aço, metal e plástico.
Otimização de tempo
Outro motivo para o uso de impressão 3D é a otimização de tempo.
São muitas demandas nas mãos das montadoras, especialmente com o crescente apelo da personalização veicular.
Com ao menos algumas peças impressas, é possível combinar a complexidade dos pedidos ao tempo de entrega industrial.
Quais peças podem ser impressas?
Atualmente, são impressas diversas peças automotivas, como medidores, pinças de freio, interruptores, maçanetas, tapetes, airbags, placas de plástico, suportes de motor, etc.. Também são realizados investimentos para que essa gama de possibilidade cresça ainda mais.
A montadora Bugatti uniu-se à empresa SLM Solutions, de impressão 3D, para redesenhar e otimizar componentes veiculares. Com algumas autopeças já em uso – exemplo dos suportes de spoiler e pinças – a ideia é estender o trabalho conjunto pelos próximos anos.
Outra gigante do mercado que anda pelo mesmo caminho é a Volkswagen. A montadora firmou uma parceria com a fabricante de impressoras HP e a GKN Powder Metallurgy, fornecedora de pó de metal.
Graças a essa união, a empresa foi a primeira a usar o processo metal jet de impressão 3D para peças metálicas. Agora, o foco é desenvolver tecnologia para imprimir peças estruturais da sua próxima geração de veículos.
A tendência já é rotina até mesmo nas pistas de corrida. Na sede da Renault Sport F1, em Enstone, na Inglaterra, a impressão de pequenos componentes é muito usada.
Uma máquina imprime cerca de 600 peças por semana e a fábrica possui quatro delas. Apesar da maioria ir para testes aerodinâmicos, um número entre 100 e 120 itens vai para uso nas corridas.
O caminho é a expansão do desenvolvimento e da utilização de peças impressas com a tecnologia 3D, que deve se tornar rotina para as montadoras.
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A Metagal, líder no mercado de espelhos retrovisores e no desenvolvimento de câmeras para monitoramento veicular, é um exemplo da constante busca por inovação. Há mais de 50 anos no setor, a empresa investe pesado em pesquisas, capacitação de seus profissionais e novas tecnologias automotivas.