Onde estão o Brasil e a América Latina na corrida dos carros elétricos?

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O mercado de carros elétricos apresenta características particulares em cada canto do mundo. Enquanto a tecnologia ainda não está presente em alguns países, outros já se preparam para extinguir os motores de combustão. E mesmo com essas diferenças, o fato é que o segmento de veículos movidos a fontes de energia limpa cresce. Em 2018 foi registrado um crescimento de 65% no setor mundial.

Os veículos de energia limpa ao redor do mundo

A Noruega sai na frente de qualquer outro país quando se trata de veículos limpos. Em 2018, a venda de carros elétricos correspondeu a 37% do comércio total de veículos no país. Lá, as pessoas que dirigem veículos elétricos têm ainda grandes benefícios. Os estacionamentos são gratuitos e o acesso a pistas de ônibus é liberado.

Amsterdã tem feito planos para um prazo mais longo e o uso de veículos a diesel e gasolina será proibido a partir de 2030. O principal motivo alegado pelas autoridades da cidade é a poluição do ar. Apesar da disseminação do uso de bicicletas, a capital Holandesa ainda produz muita poluição. Isso se deve principalmente ao tráfego pesado em Amsterdã e na cidade portuária de Roterdã. A medida será implementada em 2020 para que toda a região tenha 10 anos para adaptação. Uma das ações do governo será conceder benefícios às pessoas que usarem veículos movidos a fontes alternativas de energia antes do período.

Na China, a meta estabelecida decretava que 10% de toda a frota comercializada a partir de 2019 deveria ser elétrica ou híbrida. Com isso, o país chegou a deter 37,5% da frota mundial de veículos de energia limpa.

Chile: o campeão na América do Sul

Mas na América do Sul a situação é bem diferente. Executivos que coordenam a produção de veículos no Brasil e na Argentina afirmam que mesmo que as montadoras reformulem seus negócios para focar em carros elétricos na Europa, na América do Norte e na Ásia, a América do Sul vai continuar priorizando os motores de combustão. Isso se deve, em parte, à disponibilidade de subsídios para esses combustíveis na região.

No continente sul-americano é o Chile quem lidera a corrida pela eletromobilidade. Em janeiro deste ano, o país sediou a terceira etapa da temporada 2018/2019 da Fórmula E. A competição automobilística é feita com carros movidos exclusivamente a energia elétrica.

Além de sediar a Fórmula E, o Chile inaugurou esse ano 20 novos eletropostos instalados numa extensão de 700 km. O governo explicou que essa instalação foi pensada a longo prazo, já que a maior parte dos carros do país ainda é movida a combustão. Um dos objetivos é que os eletropostos atuem como um incentivo para os habitantes.

O cenário brasileiro dos veículos elétricos

No Brasil, há veículos híbridos e elétricos desde 2014. A maioria partiu de iniciativas públicas e privadas para que instituições e empresas tivessem meios de transporte econômicos e sustentáveis. Correios, transportadoras, prefeituras, guardas municipais, entre outros órgãos já receberam automóveis do tipo.

Mas o comércio para o usuário comum ainda é muito pequeno. Segundo o DETRAN, até o final de 2018 circulavam no Brasil cerca de 10.000 veículos híbridos ou elétricos. Esse número representa apenas 0,015% do total de veículos no país. 

Apesar desse número, a perspectiva de investir nas vendas de veículos elétricos existe. As montadoras Volkswagen e Chevrolet afirmam que pretendem importar modelos elétricos ou híbridos até 2023. Mas explicam que ainda não há planos de produzi-los localmente.

Planos para o futuro

O fato de o Brasil ser um grande produtor de energias não renováveis é um dos aspectos que atrasa o investimento em veículos elétricos. Aurelio Santana, diretor-executivo da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), acredita que “é muito importante que o governo apoie investimentos em pesquisa e desenvolvimento envolvendo o etanol” e que “precisamos manter o que já temos aqui”.

Entretanto, em 2017, o congresso brasileiro aprovou um projeto que parecia caminhar na direção dos veículos elétricos. O Rota 2030 foi sancionado em dezembro de 2018 e apresentava uma série de incentivos para montadoras e fabricantes de autopeças. O objetivo era que eles atendessem a critérios relacionados à pesquisa e desenvolvimento, sustentabilidade e economia de energia. Uma das expectativas em relação ao projeto era o incentivo à fabricação e compra de veículos híbridos e elétricos.

Mas o Rota 2030 oferecia apenas uma tímida redução no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) desses veículos. Enquanto isso, programas semelhantes em outros países zeravam essa taxa. Para o coordenador executivo do Fórum Brasileiro de Mudança no Clima, “o Rota 2030 não resolve o problema dos carros elétricos no Brasil”.

Assim, diante desse contexto e de tantas diferenças no posicionamento de cada país, é importante que montadoras e fabricantes de autopeças estejam sempre informadas sobre o assunto, não só no Brasil, e se preparem para o futuro.

 

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