Imagine que você está tomando café e escutando um podcast sobre seu tema favorito quando, de repente, percebe que está na hora de ir trabalhar. Ao sair de casa e entrar em seu carro, o mesmo conteúdo continua a ser reproduzido automaticamente, enquanto o GPS ligado ao carro oferece opções de rotas. Parece distante? No futuro, dirigir será uma atividade conectada a todos os outros pontos da sua vida: é o que chamamos de “internet das coisas”. Entenda melhor como a tendência irá transformar toda a indústria, inclusive o mercado automotivo.
A IdC (ou IoT, como é conhecida em inglês), é a revolução tecnológica que pretende interligar todos os itens da nossa rotina a uma rede mundial de computadores. O princípio é que os universos digital e físico se fundam por meio de dispositivos que estejam conectados uns aos outros, à nuvem e aos centros de informação.
A história por trás do conceito IdC (IoT)
Esse conceito teve sua primeira semente plantada na década de 90, quando a internet começou a se popularizar. Na época, varejistas do Reino Unido testavam cartões de fidelidade que vinham com chips incorporados. Os chips, que poderiam transmitir informações via rádio, receberam o nome de RFID (identificação de frequência de rádio, em tradução livre). Dessa forma, pequenos dados eram transmitidos através deles para os fornecedores.
Um dos fabricantes, então, apresentou a tecnologia a Kevin Ashton, na época um funcionário da P&G. Ashton estava procurando uma forma de controlar o estoque de mercadorias de todas as lojas que comercializavam os produtos da marca.
Quando conheceu o RFDI, teve a ideia de implantar chips nos produtos P&G, recebendo informações sobre a venda (ou não) dos mesmos onde quer que estivessem. A partir desse ponto, Ashton tornou-se um entusiasta do conceito. Em 1999, ele mesmo desenvolveu um sistema de sensores inovador e cunhou o termo “internet das coisas”.
Segundo ele, dispositivos interligados permitiriam o acúmulo de dados mais precisos sobre seus usuários, o que pode levar empresas de diversos setores a reduzirem e economizarem recursos.
Com as inovações tecnológicas, esta tendência fica cada dia mais próxima da nossa realidade, especialmente quando o assunto são objetos ou bens presentes em nossa rotina.
E o mercado automotivo?
Uma prova dessa proximidade é o protótipo Mobii, da Ford, que possui uma câmera de reconhecimento facial do condutor. O modelo irá reconhecer o motorista a partir do momento em que ele entra no carro, carregando informações sobre agenda, contatos próximos, músicas, orientações de GPS e até preferências como distância e altura do banco.
Se o sistema não reconhece a pessoa, ele tira uma foto da mesma e manda informações para o celular do dono, o que também evita furtos.
Outra praticidade que o mercado automotivo desenvolveu é poder monitorar a saúde do seu carro. O app Engie, já disponível no Brasil, alerta o condutor quando seu sistema diagnostica algum problema a ser resolvido. O funcionamento é por meio de um dispositivo com conexão bluetooth.
Para maximizar esta ideia, a Tesla já estuda a possibilidade de fazer upgrades no sistema por meio de atualizações tecnológicas, diminuindo a necessidade do motorista de gastar tempo e recursos em concessionárias e mecânicos. E esses são só alguns exemplos de carros no ambiente de internet das coisas.
Quais são as perspectivas?
A tendência é que a demanda dos consumidores por conectividade cresça em todos os aspectos. Com o carro conectado sendo uma prioridade, é preciso se preparar para mudanças no mercado automotivo, afinal, esta interligação não será mais um luxo, mas uma expectativa do público.
A empresa de consultoria Gartner prevê que mais de 250 milhões de carros no mundo estarão conectados até 2020, formando uma rede de dados e informações.
O próprio processo de compra, além do ciclo de vida do veículo (mencionado acima), deve ser impactado. Com as mudanças na forma de enxergar a mobilidade e consolidação da IdC, surgirão novos produtos e serviços especializados nas necessidades dos consumidores.
O varejo deverá passar mais tempo gerenciando seu relacionamento com o cliente e otimização da experiência do usuário. As concessionárias deverão pensar em um reposicionamento estratégico.
De acordo com a consultoria Frost & Sullivan, a curto prazo a maior parte das compras do mercado automotivo ainda acontecerá após contato físico com o produto – entretanto, conforme a conectividade se intensifica, os showrooms digitais e as páginas online serão as grandes apostas da vez.
O objetivo é sempre facilitar a rotina e otimizar os serviços e produtos. A General Eletrics afirma que, se a otimização dos recursos e processos for uma constante exponencial no mercado, serão gerados um trilhão de dólares em oportunidades por ano.
As estimativas, pesquisas e apostas são inúmeras. Em geral, o único erro é não querer fazer parte dessas mudanças.
A Metagal, líder no mercado de espelhos retrovisores e no desenvolvimento de câmeras para monitoramento veicular, é um exemplo da constante busca por inovação. Há mais de 50 anos de no setor, a empresa investe pesado em pesquisas, capacitação de seus profissionais e novas tecnologias.