Desafios para fornecedores do setor automotivo

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O setor de fornecedores do mercado automotivo enfrenta sua maior crise econômica desde 2015. Apesar da lenta recuperação que vem acontecendo desde 2018, o  segmento precisa enfrentar uma série de novos desafios.

Em agosto de 2019, a Automotive Business fez uma pesquisa em parceria com a Ipsos (empresa de inteligência e pesquisa de mercado) sobre a cadeia automotiva brasileira.

O estudo abordou 408 profissionais de 290 empresas de autopeças, logística, máquinas e equipamentos, soluções de mobilidade e de software.

Descubra os principais pontos abordados na pesquisa e veja as conclusões!

O problema da encomenda

A pesquisa mostra que a maior parte dos fornecedores do setor automotivo trabalha sob demanda, ou seja, atendendo às necessidades das montadoras. 

Apesar de ter funcionado por décadas, esse modus operandi precisa de transformação. Marcelo Pereira, diretor da Ipsos para o setor automotivo, explica que há dificuldade de identificar as demandas do setor quando elas não vem diretamente dos clientes.

Quase metade dos profissionais entrevistados (42%) afirma que perdeu algum fornecimento porque o produto que entregavam estava ultrapassado. Essa situação aponta para um posicionamento passivo por parte dos fornecedores. 

As montadoras têm procurado fornecedores que superem a encomenda. E, nesse aspecto, entra a questão da competitividade.

A ausência de competitividade entre fornecedores

Uma das dificuldades mencionadas pelos entrevistados é competição com novos players do segmento e a inadequação da oferta de produtos em relação às demandas da cadeia de valor.

50% dos entrevistados afirmam que o maior desafio dos últimos anos tem sido a queda do faturamento por causa da crise. O que podemos observar é que enquanto essas empresas tiveram dificuldade de responder à crise, novos competidores se levantaram com a resposta certa ao momento crítico vivido na indústria automotiva.

Portanto, a queda do faturamento e os desafios enfrentados na crise também tem relação com a falta de competitividade entre players tradicionais do setor. É claro que esse fator não elimina as questões econômicas que fogem do controle das empresas, mas é preciso apontar para essa falha.

A dificuldade de desenvolver inovação anda ao lado da baixa competitividade. 32% dos entrevistados afirmam que o maior desafio imediato é entregar inovação aos clientes.

Marcelo Pereira ainda ressalta outro fator que contribui para essa situação de crise: a dificuldade que as empresas têm de conhecer o consumidor final e acompanhar suas transformações.

Assim, oferecer inovação fica cada vez mais difícil, já que a as demandas vêm diretamente dos consumidores.

Nesse sentido, os fornecedores precisam desenvolver técnicas de aproximação do consumidor final e investir em pesquisa e desenvolvimento.

A necessidade de acompanhar as tendências certas

Quando questionados sobre seu posicionamento em relação às grandes tendências do setor automotivo, 49% dos entrevistados afirmam ter produtos e serviços ligados a veículos elétricos. E 43% a carros conectados.

O problema é que tendências ainda mais realistas e de curto prazo têm ficado para trás. Apenas 25% do total têm investido em serviços ligados às novas soluções de mobilidade; e 28% em ofertas relacionadas ao compartilhamento de veículos.

A expectativa dos carros elétricos ainda está nos planos de longo prazo para o Brasil, mas a economia compartilhada e soluções alternativas de mobilidade urbana já são realidade. 

O setor precisa desenvolver meios de participar dessas inovações.

A relação entre montadoras e fornecedores do setor automotivo

Essa divergência entre a realidade do Brasil e o investimento da maioria dos fornecedores também fala do relacionamento que essas empresas têm com as montadoras.

Mais da metade dos entrevistados (51%) afirma que a relação entre a sua empresa e as montadoras é pautada por negociações difíceis. Apenas 23% acreditam que essa relação é colaborativa.

A pesquisa da Automotive Business sugere uma parceria intencional entre os dois lados da cadeia. É necessário que as montadoras participem de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de seus fornecedores. Por sua vez, os fornecedores precisam desenvolver métodos para compreender melhor o mercado, o consumidor e, assim, produzir com mais assertividade.

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A Metagal, líder no mercado de espelhos retrovisores e no desenvolvimento de câmeras para monitoramento veicular, é um exemplo da constante busca por inovação. Há mais de 50 anos no setor, a empresa investe pesado em pesquisas, capacitação de seus profissionais e novas tecnologias automotivas.

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