Compartilhamento de carros: o que as montadoras têm a ver com isso?

O compartilhamento de carros é uma tendência mundial e existe no Brasil há 10 anos, com a criação da Zazcar. Apesar disso, essa prática ainda é recente no País, pois as empresas começaram a investir nessa iniciativa para melhorar a mobilidade e o trânsito há pouco tempo.
A opção de transporte compartilhado vem ganhando espaço com novas iniciativas que tentam colocar o Brasil no mesmo rumo de países europeus, da América do Norte e China.
Para você ter uma ideia, a PwC fez uma pesquisa e apontou que, em 2030, os carros compartilhados serão um terço do tráfego. Além disso, o estudo revelou outras tendências para a indústria automotiva, que abordaremos em futuros textos e materiais. Por isso, fique de olho em nossos conteúdos.
Como funciona o compartilhamento de carros?
A ideia não é complexa e os aplicativos são bem intuitivos. Funciona da seguinte maneira: o usuário faz um cadastro, que passa pela aprovação da empresa, escolhe uma opção entre os modelos disponíveis e a forma de contabilizar os preços, o aplicativo destrava o veículo e o motorista já pode dirigir.
Existem variações: algumas empresas têm frota própria (VAMO e Urbano) e outras funcionam intermediando o aluguel entre o proprietário do carro e o locatário (Zazcar, PegCar, Moobie, entre outros).
Na primeira opção, o motorista pode pegar um carro em um bairro e deixá-lo em outro ponto de estacionamento, como funciona com as bicicletas do Banco Itaú. Na segunda, o proprietário leva o carro até o usuário.
As vantagens em utilizar as novas plataformas vão da economia (com carro próprio, é preciso pagar IPVA, seguro, manutenção e combustível) até a comodidade. Isso porque o carro compartilhado está disponível com o tanque cheio, limpo e o usuário só paga pelo tempo em que utiliza o veículo.
A adaptação e a busca por consolidação
O compartilhamento de carros não é apenas um nicho da chamada economia colaborativa, ou economia compartilhada. A relação com o carro está mudando, tanto é que até as gigantes da indústria, que até então lucravam apenas com a venda dos veículos, agora investem também em plataformas de compartilhamento.
A General Motors e a Toyota já têm programas relacionados ao compartilhamento de carros. Além disso, BMW, Volkswagen e Nissan também iniciaram os planejamentos para atender às novas demandas do mercado.
O compartilhamento pode ser uma forma de ganhar dinheiro em um futuro não tão distante, no qual motoristas poderão se tornar desnecessários e ter um carro na garagem será visto como algo “retrô”.
Dado importante: a maior empresa do ramo no mundo, a Car2Go faz parte do mesmo grupo da Mercedes-Benz e tem mais de 3 milhões de usuários em 26 cidades, nos EUA, Canadá, Áustria, China, Alemanha, Itália, Holanda e Espanha.
O compartilhamento de carros nas cidades brasileiras
Mesmo com a sua expansão, a concentração das empresas de compartilhamento de carros em grandes cidades ainda é um problema. Em São Paulo, o aplicativo Zazcar, por exemplo, tem mais de 100 pontos de estacionamentos.
Porém, poucos aplicativos oferecem o serviço em âmbito nacional, como é o caso da Olacarro e da Parpe. Mesmo assim, o Brasil é um grande mercado e tem tudo para evoluir nesse sentido.
Zazcar
A Zazcar é a mais antiga deste tipo na América Latina. A iniciativa começou em 2010, mas o número médio de aluguéis só disparou quando foi lançado um app com tecnologia própria em 2016.
Moobie
Com o conceito de criar uma comunidade, a plataforma permite que o interessado faça o cadastro, envie documentos e assine o contrato pelo celular. Passada a fase inicial, também é possível buscar os carros e fazer o “check-up” do estado do veículo pelo app.
PegCar
Em operação desde outubro de 2015, a PegCar soma mais de 20 mil usuários e 500 carros disponíveis nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Parpe
Com cerca de 1 ano e meio no ar, o Parpe diz ter o maior número de usuários, com mais de 30 mil, e veículos disponíveis (800) para compartilhamento entre pessoas. A abrangência é nacional, mas São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Santa Catarina são os principais estados de atuação.
Olacarro
Fundada em Curitiba, a Olacarro funciona desde agosto de 2015. Assim como a Parpe, não há limite territorial, mas os cerca de 100 veículos e mais de 12 mil usuários estão mais concentrados no Sudeste do país.
Além de todas essas iniciativas, a GM tem um programa interno de compartilhamento de carros chamado Maven. Os funcionários das unidades de Mogi das Cruzes, São José dos Campos, Indaiatuba, Joinville e Gravataí podem “alugar” alguns carros da marca e devolvê-los dentro dos campi da fabricante.
Na maioria dos programas, os custos da proteção em caso de acidentes estão inclusos na taxa de serviço. As políticas de devolução são diferentes para casa software.
E os carros elétricos?
Beepbeep
Além da questão do compartilhamento de carros ser um caminho sem volta, não há dúvida de que os carros elétricos representam o futuro do mercado automotivo. Ainda que pareça uma realidade distante, uma startup anunciou, em 2019, um app de compartilhamento de veículos elétricos: o Beepbeep.
São 60 centavos por minuto mais um valor fixo de R$ 4,90 por uso. O seguro, a limpeza e o combustível, que no caso é a energia elétrica, ficam por conta da marca. Mas quem conseguir – e puder – deixar o carro carregado para o próximo usuário, ganha desconto.
Até 2021, a proposta é chegar a 300 veículos compartilhados na capital paulista.
VAMO (Veículos Alternativos para Mobilidade)
Em Fortaleza, a empresa VAMO oferece carros elétricos para compartilhamento e é a primeira plataforma a colocar uma frota formada 100% por esse tipo de veículo. Existe até um passe mensal para facilitar ainda mais o processo, que tem o conceito de ser ecologicamente correto.
A VAMO disponibiliza, em seu site, uma tabela de valores adicionais, para os casos de multa e devolução com problemas (sujeira, mau cheiro, entre outros). Então, como fica a situação em caso de acidentes ou problemas mecânicos? Todos os aplicativos oferecem a frota com seguro, sem valor adicional.
Urbano
A Urbano começará a operar em 2017 em São Paulo, e é considerado o 1º app de compartilhamento de carro elétrico free floating da América Latina. Com a missão contribuir para a mobilidade urbana da cidade de São Paulo, trabalha com o carsharing de veículos elétricos e para reduzir o número de carros particulares que transitam pelas ruas da cidade.
Qual a importância do compartilhamento de carros para a indústria?
O compartilhamento de carros é uma forma de diminuir o trânsito nas ruas e melhorar a mobilidade em geral. Prova disso é: um estudo em 5 cidades americanas mostrou que, para cada carro compartilhado, entre 7 e 11 veículos deixam de circular nas ruas.
Além disso, as montadoras já estão de olho nesse mercado por diversos motivos: menores prejuízos, maior rotatividade nos veículos e uma procura cada vez maior pelo compartilhamento, já que a tendência é o fato de as pessoas não sentirem mais vontade de comprar um carro próprio.
Viu como o compartilhamento de carros é importante para o setor automotivo? Com a busca frequente por essa opção de mobilidade, a indústria precisa se atualizar e entender que o mundo está em constante mudança e, se isso não acontecer, pode significar o declínio das montadoras.
*O estudo nas cidades americanas foi citado no G1.
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