Das pistas à garagem: tecnologias automotivas que tiveram origem na Fórmula 1

As tecnologias automotivas presentes na sua rotina podem parecer distantes das apresentadas na Fórmula 1, mas a semelhança é maior do que você imagina!
Muitas das tendências que hoje são comuns em automóveis populares ou luxuosos tiveram origem nas pistas de corrida. Isso porque a Fórmula 1 continua sendo um grande laboratório de desenvolvimento.
Com essa classificação, a F1 já proporcionou diversas novidades, desde aerofólios até trocas de marcha mais eficientes. A mais recente novidade é a confecção de peças em impressoras 3D.
Esse recurso permite uma precisão maior nas produções, além de economia e segurança na fabricação de carros de passeio. Lembrando que essa tecnologia já é utilizada nos bólidos – carros de corrida que conseguem se mover em alta velocidade – da Fórmula 1.
Ainda existem diversos recursos que já estão popularizados entre os motoristas e que surgiram nas linhas de largada da corrida. Venha conhecer quais são eles neste artigo.
Tecnologias automotivas que surgiram na F1
Câmbio borboleta
Com intenção de ganhar mais tempo para os competidores e evitar erros humanos em alta velocidade, os profissionais envolvidos na F1 começaram a estudar um sistema que usasse abas atrás do volante ao invés de alavancas nos câmbios.
Na época, o piloto precisava pressionar uma alavanca que ficava ao lado direito do volante para qualquer troca de marcha. Simultaneamente, ele deveria pisar na embreagem.
Muitas marcas tentaram lançar soluções para otimizar esse processo. Apenas em 1989, a Ferrari desenvolveu um veículo de corrida eficiente sem embreagem e com o famoso câmbio borboleta.
O lançamento do modelo 640, pilotado por Nigel Mansell e Gerhard Berger, mudaria para sempre a Fórmula 1 e as nossas rotinas.
No novo carro, a embreagem serve só para tirá-lo do ponto de inércia, já que a mudança era feita pelas “borboletas” atrás do volante, exatamente como previsto. A tecnologia evita que o piloto retire sua mão direita do volante ou que mova seu pé esquerdo.
Logo de início, a equipe da Ferrari colheu seus resultados: Mansell ultrapassou Prost e ganhou a corrida no Brasil! Mas, apesar de sair vencedor, o seu câmbio apresentou diversos problemas, nesta e nas corridas seguintes. As falhas seriam sanadas apenas após alguns anos.
De 1990 em diante, a tecnologia já era parte de todos os modelos de corrida. Hoje, o câmbio borboleta está presente na maior parte das categorias automotivas, além de ter incentivado a criação das transmissões automáticas.
Trocas de marcha
A transmissão de dupla embreagem foi criada para evitar a lentidão do câmbio automático comum, fazendo com que os pilotos ganhassem mais tempo e reduzissem os trancos.
Essa tecnologia é a mesma aplicada em carros usuais: duas embreagens que operam de maneira independente, uma com as marchas ímpares e outra nas marchas pares.
Freios a disco
A tecnologia automotiva conhecida como freio a disco também veio da Fórmula 1. Na competição, os discos são confeccionados com fibra de carbono, pois esse mineral suporta temperaturas altíssimas, trabalhando a até 900 ºC. Essa vantagem faz com que o disco aguente um atrito muito maior sem derreter ou pegar fogo.
Como o material é de alto custo, encontra-se apenas em modelos luxuosos ou superesportivos, e ainda assim na forma de carbono-cerâmica.
De qualquer maneira, a otimização do sistema de freios, sendo eles de carbono ou de outro material, impactou na qualidade dos modelos seguintes. O próprio sistema ABS, assim como o controle de tração, também são heranças da corrida para o nosso dia a dia.
Suspensão eficiente
A suspensão é o exemplo perfeito de como a F1 impactou o desenvolvimento das tecnologias automotivas.
Para manter os pneus em constante contato com a pista, garantindo estabilidade e melhor movimentação, os modelos de corrida passaram a usar suspensões independentes. Ou seja, a suspensão eleva e abaixa o chassi em cada roda, assegurando maior adaptabilidade ao trajeto.
Antigamente, só era possível ajustar a rigidez das molas. Hoje em dia, há sensores que acertam a altura da suspensão conforme a necessidade das ruas e de vias atravessadas.
Nesse quesito, o que difere o seu veículo de um modelo de corrida é o ajuste da suspensão. Assim como o seu carro possui ajustes personalizados para conforto e equilíbrio, um modelo de F1 tem as regulagens para curvas e altas velocidades.
Motores potentes
Para suportar altas temperaturas, os motores da F1 passaram a utilizar materiais muito resistentes como o alumínio – que hoje está presente em diversos modelos convencionais.
Os turbocompressores, que otimizam a queima de combustível, também tiveram origem nas pistas.Eles apareceram na F1 pela primeira vez em 1977 com um modelo da Renault.
O motor do veículo foi projetado com inspiração em motores de aviões militares, e desde então, ele tornou-se uma tendência geral.
Carrocerias leves
As carrocerias feitas com fibra de carbono são leves e, ao mesmo tempo, muito resistentes. Tal confecção melhora muito o desempenho e potencial dos veículos de corrida, sem deixar de lado a segurança.
Atualmente, o material é encontrado em diversos modelos luxuosos, especialmente no chassi e na carroceria de esportivos.
Sensores para mensuração
Em modelos autônomos ou elétricos, que tendem a ficar cada vez mais conectados, é comum verificar sensores para mensuração de dados sobre segurança, tráfego e performance.
Apesar de o auxílio eletrônico ser proibido na competição, a presença de dispositivos para mensuração não é.
Desde o início dos anos 2000, os modelos da F1 geram e transmitem dados sobre seu desempenho aos engenheiros o tempo todo. E essa tendência já está sendo desenvolvida para modelos de passeio.
Retrovisores
Uma das tecnologias automotivas que mais conferem segurança e conforto na direção também é fruto das corridas: dessa vez, da Fórmula Indy.
Em 1911, o piloto Ray Harroun decidiu instalar um espelho central em seu Marmon Wasp para conseguir enxergar a posição dos seus competidores e fazer ultrapassagens melhores.
Sua vitória na corrida garantiu a visibilidade da ideia, aproveitada pelo engenheiro Elmer Berger que, já na década de 1920, vendeu o projeto para as montadoras americanas.
Desde então, o item automobilístico tornou-se mais tecnológico e prático, e seu desenvolvimento foi acompanhado por mudanças na legislação de trânsito.
Hoje, ele é uma peça essencial em todos os veículos, além de cumprir uma exigência obrigatória da lei. Afinal, o retrovisor otimiza a direção, tornando as ruas e estradas mais seguras para os motoristas.
Com isso, podemos perceber a importância da Fórmula 1 para o desenvolvimento das tecnologias automotivas que conhecemos nos dias de hoje. Mais do que isso, notamos como elas estão evoluindo constantemente para acompanhar o desenvolvimento do mercado automotivo.
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A Metagal líder no mercado de espelhos retrovisores e no desenvolvimento de câmeras para monitoramento veicular, é um exemplo da constante busca por inovação. Há mais de 50 anos no setor, a empresa investe pesado em pesquisas, capacitação de seus profissionais e novas tecnologias automotivas.